Dia 4
Um boletim informava que iam haver ventos de 200km/h na costa oeste da ilha, ora nós já estávamos na costa leste, não deveria haver problema, pensávamos nós..
Fizemos o pequeno almoço na guesthouse e voltámos para Oeste uns 80km para visitar a glacial lagoon, primeiro fomos à praia de areia negra onde estão alguns blocos de gelo espalhados, já na lagoa é possível ver uns 5 ou 6 de dimensões bem maiores espalhados pela lagoa, o tempo estava nublado com períodos de chuva fraca, mas a verdadeira atracção foram as curiosas das focas, afastámo-nos da multidão e caminhámos na direcção do glaciar uma hora, foi giro ver um grupo de focas seguir-nos, nunca se aproximavam menos de uns 10m da costa, ficámos por ali umas horas e retomámos o caminho rumo a este da ilha, passamos novamente em Hofn e rumamos a norte, entrando numa das zonas mais selvagens da ilha, a paisagem muda novamente e começamos a ver algum granito, pouco depois vimos alguns grupos de renas, tudo estava a correr lindamente quando o carro começou novamente a balançar, a Tixa fez um update no site safetravel e eis que lá estava o que não queríamos ler, a tempestade estava precisamente na costa leste e ia ficar pior, e nós tão longe ainda do sítio onde queríamos ficar, a dado ponto a n1 passa de alcatrão a estrada de gravilha e aí o carro voltou a balançar à bruta, para piorar, a estrada enfiava-se para o interior de um vale e lá ao fundo via-se o colo onde tínhamos de passar, mesmo ao lado desse colo tinha uma cascata onde a água não descia mas subia, entrámos em "modo de sobrevivência", ainda era de dia, não sei se isso era melhor ou não, lá fomos indo e a subida para o colo foi realmente assustadora, passado este colo pensávamos que a coisa ia melhorar, estávamos uma vez mais enganados, há horas que não passávamos por um carro, o vento continuou, uns 45 minutos depois ao chegar a Egilsstaoir finalmente já nos sentimos mais seguros, mas unicamente porque vimos civilização porque o vento não abrandou, aproveitei para atestar o carro e perguntei como era a estrada rumo ao lago Myvatn, "a estrada não tem problema nenhum, já a fiz umas poucas vezes", respondeu a jovem mesmo eu frisando o que tinha passado até ali e o tipo de carro que tinha. Perguntei também se havia algum alojamento pelo caminho até ao lago, "ah sim, passa por algumas localidades", posto isto e como tínhamos tempo continuámos a estrada, uns 50km depois vimos uma placa a indicar correntes para o carro, estranhámos...a estrada sobe a montanha e passados uns 20 minutos tivemos um episódio de aquaplanagem, felizmente o carro continuou na estrada mas regressámos ao modo de sobrevivência, nevava e havia muita neve projectada para a estrada com o vento que se mantinha forte,quando verificámos o gps vimos que estávamos precisamente a meio de 2 povoações, estávamos a 80km de cada uma, voltar para trás era a mesma coisa que continuar. Tal não foi o susto que avisámos a família onde estávamos e para onde íamos. Felizmente o vento acalmou um pouco e passou de constante a rajadas, uma hora depois passamos num enorme plateau, antes de descer para o lago Myvatn vimos um enorme clarão do lado direito da estrada, como era a primeira vez que passávamos ali ficámos a pensar que podia ser um vulcão em erupção mas tínhamos quase a certeza que tal não existia na Islândia. Continuámos na direcção do lago com a pulga atrás da orelha, tratámos de arranjar uma guesthouse logo na primeira localidade, às 20h45m, agora topem isto! Assim que chegámos à guesthouse Elda espalhámos o pânico!? Está um vulcão em erupção ali em cima!! O que é que há lá em cima? Perguntávamos nós, ao que a jovem nos respondeu NADA!!!certifiquei-me que ela percebesse o sítio que estava a falar e ela continuou a dizer NADA!! Ok, passasse seguramente algo, regressei imediatamente ao local que ficava ali a uns 15 minutos de carro e qual foi o meu espanto que ao chegar lá deparo-me com uma central geotérmica, simplesmente não queria acreditar que ninguém sabia que havia uma central geotérmica ali mesmo ao lado mas atenção, não acaba aqui! No dia a seguir pergunto onde havia um posto de turismo na área, ao qual me respondem, "tem aqui já um a 200m", lá vamos nós todos contentes e lá chegados o posto de turismo está fechado durante o inverno, ou seja, aquelas aves raras não sabiam que o posto de turismo mesmo ali ao lado estava fechado há meses, impressionante!
Depois do episódio do vulcão que afinal era a central geotérmica, consultámos o site da actividade da aurora e tudo apontava que iria ser nesta noite que iríamos poder assistir à dança da aurora, subimos até à zona do plateau e estacionámos no parque de estacionamento das fumarolas, o céu estava parcialmente nublado e passou a limpo, o nível de actividade estava 3, tudo se conjugava, porém após 4 horas ao frio a fazer exposições manuais e timelapses nem sinais da aurora boreal, mudámos de sítio e esperámos mais uma meia hora, mas aí o céu estava completamente coberto, à uma da manhã regressámos tristes à guesthouse porque sabíamos que esta ia ser provavelmente a melhor noite nesta semana, uma vez mais estávamos enganados.
Registos do dia
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Glacial Lagoon
renas
colunas de basalto
exposições manuais perto do lago myvatn
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