texto e fotografias: Xavier
Ficha técnica:
Distância - 11,51km
Subida total - 658m
Descida total - 566m
Altitude Max - 4690m
Altitude min - 4170m
Tipo - linear
Cotação - fácil
track - aqui
video do dia
Ficha técnica:
Distância - 11,49km
Subida total - 650m
Descida total - 480m
Altitude Max - 4700m
Altitude min - 4175m
Cotação - fácil
Tipo - linear
Caminhada efectiva - 4h15m
track: aqui
Dia 1
Chegar a Quartelhain é uma aventura, saímos de Huaraz às 5 da manhã, são duas horas até Chiquian onde se troca de colectivo e dai é preciso contar mais uma hora e meia até Pocpa, antes de passar em Pocpa é necessário pagar à comunidade de Llamac, 20 soles e 15 soles à comunidade de Pocpa, o colectivo deixa-nos em Pocpa mas dependendo do número de pessoas paga-se um x cada um e o colectivo leva-nos a Quartelhain(4180m), o que é muito útil, a caminhada entre Pocpa e Quartelhain demora umas 5 horas, o colectivo em modo "taxi" cobrará sempre na ordem dos 150 soles, depois depende do número de pessoas que vão começar o trilho naquele dia para partilhar o custo.
Chegámos a Quartelhain por volta das 11 da manhã, fazia um frio de rachar e o céu estava muito nublado, éramos ao todo uns 6 a começar naquele dia, todos sem guia, toda a gente montou a tenda e ficou por ali, eu também montei a minha mas a Tixa continuava sem estar a 100, nisto metemo-nos na conversa com 1 guia de Huaraz que estava à espera dos seus clientes, tentámos montar a tenda mestra com ele mas estava demasiado vento, estávamos todos tranquilos no paleio quando de repente sem que a Tixa sentisse frio nos membros, ficou branca e começou a tremer, foi imediatamente para o saco cama no interior da tenda e mesmo assim continuava a tremer e entretanto ficou sonolenta, fiquei completamente em pânico, já só queria que os clientes do guia chegassem para eu regressar de novo a Huaraz(cerca de 4 horas) com a Tixa para me certificar que ela estava bem, uns 20 minutos depois chegava o bus com os clientes e nós regressámos a Huaraz com o simpático Carlos, tivemos umas 5 horas a 4200m, ao passar em Pocpa(3475m) a Tixa voltava a ganhar cor nas bochechas, que enorme susto, para ela e para mim! Não sabemos o que se passou, se foi algo relacionado com a altitude, se foi um episódio de hipotermia moderada.
Chegámos a Huaraz às 21h, fomos ao restaurante e a Tixa estava em forma mas receosa em relação ao Huayhuash, fazer este circuito significa estar comprometido com altitudes entre os 4000 e os 5000m durante 8/9 dias, era um risco enorme. Decidimos então que a Tixa ia tentar voltar à Europa e eu ia fazer o Huayhuash circuit em modo solo, eu sentia-me muito bem em altitude, nunca tive tosse nem nunca me doeu a cabeça.
No dia seguinte(25/6) lá estava eu de novo às 5 da manhã nas instalações do turismo Nazario para apanhar o colectivo para Pocpa com um custo de 30 soles, com mudança de bus em Chiquian, as autorizações que tinha pago às comunidades foram válidas no fim de explicar o sucedido, mas desta feita éramos só 3 a ir para Quartelhain e o casal de polacos estava disposto a pagar 40 soles cada um, ou seja, tentei negociar mas não tive hipótese, paguei 70 soles até Quartelhain onde cheguei por volta das 11 da manhã, chovia de fininho, algo nunca visto desde que estava no Perú.
Como uma barra energética, vesti o Gore-tex, meti a protecção da chuva na mala e fiz-me ao caminho.
Iniciava aquela que ia ser a aventura de vários dias mais dura e mais espectacular que já tive em montanha até hoje.
O guia no dia anterior tinha-me dito para eu fazer sempre as rotas alternativas, que são, por norma, as variantes que vão mais próximo das grandes montanhas, como era a primeira etapa, para me situar um pouco fiz a versão clássica até porque o dia não estava fabuloso, as nuvens estavam aos 5000m de altitude e tapavam os grandes picos, comecei tranquilamente a um ritmo constante, a mala estava pesada, 20kgs, de vez em quando umas abertas permitiam ver o cenário, mas o Huayhuash começa muito soft a esse nível, o trilho a seguir é evidente não havendo qualquer problema na navegação, creio que muita gente faz o trilho seguindo um track gps, eu comprei as cartas em Huaraz, Cordillera Huayhuash 1/75000 pixmap, que é o essencial, de frisar que não há nunca painéis com indicações.
Com 1h50m de caminhada passo no primeiro colo, Cacananpunta(4690m), parei um pouco para comer algo e apreciar a paisagem, analisei o mapa cartográfico para me situar e retomei a caminhada, desci do colo e contorno a encosta para Sul, pela primeira vez tive 2 cães que me vieram azucrinar, no Perú basta agarrar em pedras e simular que mandamos que eles já não chateiam mais.
Com 3h30m de caminhada chego ao primeiro acampamento, Janca, onde paguei 20 soles para a comunidade, aproveitei para trocar mais umas ideias e acabei por estar mais de meia hora na treta com os quechuas, ainda era relativamente cedo e queria andar mais, mesmo se a meteorologia não estava a colaborar, aconselharam-me a caminhar mais uns 20 min.até à Laguna Mitococha(4270m), acampar lá e no dia seguinte atacar a versão andina(rota alternativa), assim fiz.
Acampei ao lado da Laguna Mitococha, comecei a ferver água para chá e para a comida, enquanto montava a tenda, à minha frente tinha montanhas de 5800m mas as nuvens não deixavam ver nada.
Ao anoitecer vi um enorme fluxo de aves a irem para a Laguna Mitococha, é um autêntico antro de fauna, ao meu lado tinha só um casal de checos que estavam acampados a uns 200m de mim, éramos os únicos a acampar na Mitococha.
Fui para o interior da tenda, estudei a rota do dia seguinte e devo-me ter deitado por volta das 21h.
Terminava assim este primeiro dia, vamos aos registos.
Quartelhuain
Cacananpunta(4690m) ao centro
Cacananpunta(4690m)
trilho evidente
num dia de céu limpo já teria vista para um 6000m
Laguna Mitococha
castiças
video do dia
Ficha técnica:
Distância - 11,49km
Subida total - 650m
Descida total - 480m
Altitude Max - 4700m
Altitude min - 4175m
Cotação - fácil
Tipo - linear
Caminhada efectiva - 4h15m
track: aqui
Dia 1
Chegar a Quartelhain é uma aventura, saímos de Huaraz às 5 da manhã, são duas horas até Chiquian onde se troca de colectivo e dai é preciso contar mais uma hora e meia até Pocpa, antes de passar em Pocpa é necessário pagar à comunidade de Llamac, 20 soles e 15 soles à comunidade de Pocpa, o colectivo deixa-nos em Pocpa mas dependendo do número de pessoas paga-se um x cada um e o colectivo leva-nos a Quartelhain(4180m), o que é muito útil, a caminhada entre Pocpa e Quartelhain demora umas 5 horas, o colectivo em modo "taxi" cobrará sempre na ordem dos 150 soles, depois depende do número de pessoas que vão começar o trilho naquele dia para partilhar o custo.
Chegámos a Quartelhain por volta das 11 da manhã, fazia um frio de rachar e o céu estava muito nublado, éramos ao todo uns 6 a começar naquele dia, todos sem guia, toda a gente montou a tenda e ficou por ali, eu também montei a minha mas a Tixa continuava sem estar a 100, nisto metemo-nos na conversa com 1 guia de Huaraz que estava à espera dos seus clientes, tentámos montar a tenda mestra com ele mas estava demasiado vento, estávamos todos tranquilos no paleio quando de repente sem que a Tixa sentisse frio nos membros, ficou branca e começou a tremer, foi imediatamente para o saco cama no interior da tenda e mesmo assim continuava a tremer e entretanto ficou sonolenta, fiquei completamente em pânico, já só queria que os clientes do guia chegassem para eu regressar de novo a Huaraz(cerca de 4 horas) com a Tixa para me certificar que ela estava bem, uns 20 minutos depois chegava o bus com os clientes e nós regressámos a Huaraz com o simpático Carlos, tivemos umas 5 horas a 4200m, ao passar em Pocpa(3475m) a Tixa voltava a ganhar cor nas bochechas, que enorme susto, para ela e para mim! Não sabemos o que se passou, se foi algo relacionado com a altitude, se foi um episódio de hipotermia moderada.
Chegámos a Huaraz às 21h, fomos ao restaurante e a Tixa estava em forma mas receosa em relação ao Huayhuash, fazer este circuito significa estar comprometido com altitudes entre os 4000 e os 5000m durante 8/9 dias, era um risco enorme. Decidimos então que a Tixa ia tentar voltar à Europa e eu ia fazer o Huayhuash circuit em modo solo, eu sentia-me muito bem em altitude, nunca tive tosse nem nunca me doeu a cabeça.
No dia seguinte(25/6) lá estava eu de novo às 5 da manhã nas instalações do turismo Nazario para apanhar o colectivo para Pocpa com um custo de 30 soles, com mudança de bus em Chiquian, as autorizações que tinha pago às comunidades foram válidas no fim de explicar o sucedido, mas desta feita éramos só 3 a ir para Quartelhain e o casal de polacos estava disposto a pagar 40 soles cada um, ou seja, tentei negociar mas não tive hipótese, paguei 70 soles até Quartelhain onde cheguei por volta das 11 da manhã, chovia de fininho, algo nunca visto desde que estava no Perú.
Como uma barra energética, vesti o Gore-tex, meti a protecção da chuva na mala e fiz-me ao caminho.
Iniciava aquela que ia ser a aventura de vários dias mais dura e mais espectacular que já tive em montanha até hoje.
O guia no dia anterior tinha-me dito para eu fazer sempre as rotas alternativas, que são, por norma, as variantes que vão mais próximo das grandes montanhas, como era a primeira etapa, para me situar um pouco fiz a versão clássica até porque o dia não estava fabuloso, as nuvens estavam aos 5000m de altitude e tapavam os grandes picos, comecei tranquilamente a um ritmo constante, a mala estava pesada, 20kgs, de vez em quando umas abertas permitiam ver o cenário, mas o Huayhuash começa muito soft a esse nível, o trilho a seguir é evidente não havendo qualquer problema na navegação, creio que muita gente faz o trilho seguindo um track gps, eu comprei as cartas em Huaraz, Cordillera Huayhuash 1/75000 pixmap, que é o essencial, de frisar que não há nunca painéis com indicações.
Com 1h50m de caminhada passo no primeiro colo, Cacananpunta(4690m), parei um pouco para comer algo e apreciar a paisagem, analisei o mapa cartográfico para me situar e retomei a caminhada, desci do colo e contorno a encosta para Sul, pela primeira vez tive 2 cães que me vieram azucrinar, no Perú basta agarrar em pedras e simular que mandamos que eles já não chateiam mais.
Com 3h30m de caminhada chego ao primeiro acampamento, Janca, onde paguei 20 soles para a comunidade, aproveitei para trocar mais umas ideias e acabei por estar mais de meia hora na treta com os quechuas, ainda era relativamente cedo e queria andar mais, mesmo se a meteorologia não estava a colaborar, aconselharam-me a caminhar mais uns 20 min.até à Laguna Mitococha(4270m), acampar lá e no dia seguinte atacar a versão andina(rota alternativa), assim fiz.
Acampei ao lado da Laguna Mitococha, comecei a ferver água para chá e para a comida, enquanto montava a tenda, à minha frente tinha montanhas de 5800m mas as nuvens não deixavam ver nada.
Ao anoitecer vi um enorme fluxo de aves a irem para a Laguna Mitococha, é um autêntico antro de fauna, ao meu lado tinha só um casal de checos que estavam acampados a uns 200m de mim, éramos os únicos a acampar na Mitococha.
Fui para o interior da tenda, estudei a rota do dia seguinte e devo-me ter deitado por volta das 21h.
Terminava assim este primeiro dia, vamos aos registos.
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