texto e fotografias: Xavier
Ficha técnica:
Distância - 21,96km
Subida total - 940m
Descida total - 1717m
Altitude Max - 5150m
Altitude min - 3500m
Tipo - linear
Cotação - difícil
track: aqui
video do dia
Para este dia tinha reservado a visita ao vale onde decorreu a aventura de Joe Simpson e Simon Yates aquando da escalada da face Oeste da montanha Siula Grande, retratado no grande ecrã como Touching the Void, um filme épico!
Claro está que foi mais uma sugestão dos guias, são raros, muitos raros os turistas que passam por onde andei.
De manhã tomei o pequeno almoço e arrumei a tralha sem que o Sol batesse no acampamento, comecei por subir para norte rumo às Lagunas Rurigallay e Sarapococha, até esta segunda lagoa o trilho sobe gradualmente até que chego à moreia glaciar que borda a Laguna Sarapococha, neste ponto a face Oeste do Yerupajá mostra-se com toda a sua força, um cenário novamente escandaloso, pausa snickers e rumei de novo aos 5000m, o caminho não é muito evidente mas a subida é progressiva, ao olhar para trás vejo o grupo de 5 rapazes, 2 norte americanos, 1 esloveno, 1 índio e 1 espanhol, continuei ao meu ritmo e umas 3h40m depois de iniciar a caminhada chegava ao Col da Gran Vista a mais de 5100m, continuei para norte e chego a um pico com uma mariola que pensava ser o Gran Vista, fiquei por ali uns 45 minutos a apreciar aquele que era o cenário mais visualmente chocante vivido até hoje, grandes montanhas com mais de 6500m “in my face!!”, tinha dificuldade em acreditar que estava num sítio assim...
30 min depois chega o grupo de 5, ficámos por ali na treta e entretanto um deles dizia que o Gran Vista era provavelmente o pico mais ao lado, lá fomos todos nessa direcção e por ali ficámos horas na treta, era tudo malta bastante viajada, Nepal, Patagónia e tal, perguntei-lhes o que achavam deste percurso, a opinião foi unânime, foi o trekking mais espectacular que já tinham feito e estar ali naquele sítio era o completo auge, só o indiano é que tinha feito um percurso no Nepal de 21dias em que tinha passado em 3 colos de 5500m, algo comparável a este Huayhuash Circuit, claro que como experiência pessoal foi a coisa mais dura e mais impressionante que fiz.
Fiquei por ali ao todo umas 3 horas, um local daqueles não merecia menos!
Iniciámos a descida juntos para a Quebrada(vale) Segya por um percurso sinalizado com mariolas até à base do vale, chegado à base do vale bastou descer o vale durante horas até Huayllapa, antes da junção dos vales Segya e do vale que vem de Cutatambo, numa zona de uma quinta com gado supostamente saia um trilho que nos levaria directos a Huatiaq, acampamento seguinte, sem ter necessidade de descer tudo para Huayllapa(3500m), nessa tal quinta procurámos pelo tal trilho mas nada, desci então à quinta e falei com os quechuas, o que era suposto ser só uma questão, acabei por ficar ali uns 20 min no paleio, conheci a família toda e queriam que entrasse para tomar café e tudo, disseram-me que não é hábito ver turistas por ali e que normalmente não temos autorização para andar por ali, mas tudo num ambiente descontraído, em relação ao tal trilho disseram-me para esquecer, era demasiado tarde e demasiado perigoso, eram 16h30m, aconselharam-me a acampar ali ou então descer para Huayllapa, mas se fosse para ir para Huayllapa tínhamos de arrancar porque era 1h30m de caminhada, fiz sinal ao pessoal e discutimos sobre as hipóteses, ficou decidido que íamos descer para Huayllapa, às 17h40m chegávamos a Huayllapa, a minha primeira preocupação foi procurar uma cabine telefónica para ligar à Tixa, fazia uma semana que não falavámos, comprei uma espécie de cartão com 1 código e utilizei numa cabine telefónica, é a única forma de comunicar com alguém, consegui falar com a Tixa e para minha surpresa ela não tinha conseguido regressar à Europa, ainda estava em Huaraz, tinha que ir ter com ela.
Dava assim por terminado o meu Huayhuash Circuit, faltavam-me 2 dias para fazer a volta completa até Llamac mas sabia que já tinha feito os grandes highlights, até bem mais que isso.
Dormi numa hospedaje em Huayllapa, uma espécie de parte de cima de um curral de bois, é preciso estar mentalmente preparado para regressar ao mundo extremamente rural para vivenciar estas situações, no dia seguinte apanhei o colectivo para Cajatambo(2 horas), seguiu-se 2 horas de espera, colectivo para Pactevilca(5 horas) e novo colectivo para Huaraz (4 horas), ou seja, um dia inteiro para regressar a Huaraz mas às 11 da noite estava de novo com a Tixa.
A estrada Cajatambo - Pactevilca foi a estrada mais impressionante que tive a oportunidade de fazer enquanto estive no Perú, e as experiências vividas nos colectivos magnificas, o puro contacto com os locais, genial!
Vamos aos registos
bom dia
Nevado Sarapo
que cores esta rocha!
Sarapococha
Yerupaja
Yerupaja
Sarapococha
Yerupaja, Siula Grande e Sarapo
Yerupaja, Siula Grande e Sarapo
Sarapo
Siula Grande
Yerupaja
eu no paraíso
Yerupaja
Siula Grande
Sarapo
entrada em Huayllapa
video do dia
Para este dia tinha reservado a visita ao vale onde decorreu a aventura de Joe Simpson e Simon Yates aquando da escalada da face Oeste da montanha Siula Grande, retratado no grande ecrã como Touching the Void, um filme épico!
Claro está que foi mais uma sugestão dos guias, são raros, muitos raros os turistas que passam por onde andei.
De manhã tomei o pequeno almoço e arrumei a tralha sem que o Sol batesse no acampamento, comecei por subir para norte rumo às Lagunas Rurigallay e Sarapococha, até esta segunda lagoa o trilho sobe gradualmente até que chego à moreia glaciar que borda a Laguna Sarapococha, neste ponto a face Oeste do Yerupajá mostra-se com toda a sua força, um cenário novamente escandaloso, pausa snickers e rumei de novo aos 5000m, o caminho não é muito evidente mas a subida é progressiva, ao olhar para trás vejo o grupo de 5 rapazes, 2 norte americanos, 1 esloveno, 1 índio e 1 espanhol, continuei ao meu ritmo e umas 3h40m depois de iniciar a caminhada chegava ao Col da Gran Vista a mais de 5100m, continuei para norte e chego a um pico com uma mariola que pensava ser o Gran Vista, fiquei por ali uns 45 minutos a apreciar aquele que era o cenário mais visualmente chocante vivido até hoje, grandes montanhas com mais de 6500m “in my face!!”, tinha dificuldade em acreditar que estava num sítio assim...
30 min depois chega o grupo de 5, ficámos por ali na treta e entretanto um deles dizia que o Gran Vista era provavelmente o pico mais ao lado, lá fomos todos nessa direcção e por ali ficámos horas na treta, era tudo malta bastante viajada, Nepal, Patagónia e tal, perguntei-lhes o que achavam deste percurso, a opinião foi unânime, foi o trekking mais espectacular que já tinham feito e estar ali naquele sítio era o completo auge, só o indiano é que tinha feito um percurso no Nepal de 21dias em que tinha passado em 3 colos de 5500m, algo comparável a este Huayhuash Circuit, claro que como experiência pessoal foi a coisa mais dura e mais impressionante que fiz.
Fiquei por ali ao todo umas 3 horas, um local daqueles não merecia menos!
Iniciámos a descida juntos para a Quebrada(vale) Segya por um percurso sinalizado com mariolas até à base do vale, chegado à base do vale bastou descer o vale durante horas até Huayllapa, antes da junção dos vales Segya e do vale que vem de Cutatambo, numa zona de uma quinta com gado supostamente saia um trilho que nos levaria directos a Huatiaq, acampamento seguinte, sem ter necessidade de descer tudo para Huayllapa(3500m), nessa tal quinta procurámos pelo tal trilho mas nada, desci então à quinta e falei com os quechuas, o que era suposto ser só uma questão, acabei por ficar ali uns 20 min no paleio, conheci a família toda e queriam que entrasse para tomar café e tudo, disseram-me que não é hábito ver turistas por ali e que normalmente não temos autorização para andar por ali, mas tudo num ambiente descontraído, em relação ao tal trilho disseram-me para esquecer, era demasiado tarde e demasiado perigoso, eram 16h30m, aconselharam-me a acampar ali ou então descer para Huayllapa, mas se fosse para ir para Huayllapa tínhamos de arrancar porque era 1h30m de caminhada, fiz sinal ao pessoal e discutimos sobre as hipóteses, ficou decidido que íamos descer para Huayllapa, às 17h40m chegávamos a Huayllapa, a minha primeira preocupação foi procurar uma cabine telefónica para ligar à Tixa, fazia uma semana que não falavámos, comprei uma espécie de cartão com 1 código e utilizei numa cabine telefónica, é a única forma de comunicar com alguém, consegui falar com a Tixa e para minha surpresa ela não tinha conseguido regressar à Europa, ainda estava em Huaraz, tinha que ir ter com ela.
Dava assim por terminado o meu Huayhuash Circuit, faltavam-me 2 dias para fazer a volta completa até Llamac mas sabia que já tinha feito os grandes highlights, até bem mais que isso.
Dormi numa hospedaje em Huayllapa, uma espécie de parte de cima de um curral de bois, é preciso estar mentalmente preparado para regressar ao mundo extremamente rural para vivenciar estas situações, no dia seguinte apanhei o colectivo para Cajatambo(2 horas), seguiu-se 2 horas de espera, colectivo para Pactevilca(5 horas) e novo colectivo para Huaraz (4 horas), ou seja, um dia inteiro para regressar a Huaraz mas às 11 da noite estava de novo com a Tixa.
A estrada Cajatambo - Pactevilca foi a estrada mais impressionante que tive a oportunidade de fazer enquanto estive no Perú, e as experiências vividas nos colectivos magnificas, o puro contacto com os locais, genial!
Vamos aos registos
bom dia
Nevado Sarapo
que cores esta rocha!
Sarapococha
Yerupaja
Yerupaja
Sarapococha
Yerupaja, Siula Grande e Sarapo
Yerupaja, Siula Grande e Sarapo
Sarapo
Siula Grande
Yerupaja
eu no paraíso
Yerupaja
Siula Grande
Sarapo
entrada em Huayllapa
Nunca vi nada assim...fraquinho fraquinho...xiça. Agora vou ali por pomada nos cotovelos...
ResponderEliminarMal empregada a viagem ao Perú, esperava outra coisa!
EliminarBem vou parar com a ironia, quem ver pensa que é verdade,eheh.
Até agora são as férias da minha vida!
Espero que esteja tudo por aí
Abraço!