texto e fotografias: Xavier
Ficha técnica:
Distância - 18,40km
Subida total - 1154m
Descida total - 745m
Altitude Max - 4830m
Altitude min - 4150m
Tipo - linear
Cotação - difícil
track: aqui
video do dia
Atenção : não se fiar unicamente no track GPS, andei kms fora de trilho, primeiro para ter uma perspectiva diferente da Laguna Gangrajanca e depois contornei a encosta sem descer ao Acampamento Huayhuash para ir dormir ao lado da Laguna Barrosacocha.
Estavam instaladas as emoções fortes em definitivo neste Huayhuash Circuit.
Neste terceiro dia assisti a um nascer do Sol incrível, o céu estava limpo e o cenário arrepiante, começava a perceber o porquê de estarmos a falar de um dos trekkings mais bonitos do mundo.
Tomei o belo pequeno almoço, arrumei a tralha e comecei a caminhar por volta das 7h30m, começo por descer ao nível da Laguna Carhuacocha, passo a linha de água principal, contorno a Laguna Carhuacocha a Sul e o trilho continua para Sul na extremidade Sudoeste do lago onde existe um controle para verificar se pagámos a comunidade anterior, aproximo-me das grandes montanhas e de vez em quando lá ouço o estalar do glaciar e vejo mais bocados de gelo a despenhar-se até às lagoas, impressionante, com uma frequência mais intensa que nos Alpes e estamos a falar de glaciares a 5500/6000m.
Pareceu-me ter visto um caminho que flanqueava a montanha um pouco mais alto que o trilho que seguia pela base do vale, apesar de mais difícil progressão ia ter vista para a bela Laguna Gangrajanca, e de facto assim foi, o glaciar vindo do enorme Yerupajá, segunda montanha mais alta do Perú, caía nessa lagoa, um pouco mais à frente tive de voltar a subir por causa de um deslizamento de terras e passada esta parte tive de descer rumo à segunda lagoa, a Laguna Siulacocha, porque não conseguia flanquear a montanha à mesma altitude.
O trilho contorna a Laguna Siulacocha a Este e empina encosta acima numa íngreme subida até aos 4550m, local designado Mirador das 3 Lagunas, o nome diz tudo, aqui é local de paragem obrigatória para contemplação do cenário majestoso e para reforçar energias.
Devo ter ficado por ali quase uma hora, a determinada altura éramos uns 10, 1 austríaco, 1 casal de alemães, 2 norte americanos, 1 espanhol, 1 índio, 1 casal de gauleses e um casal de checos.
Pausa snickers feita retomei a caminhada, em menos de uma hora passava no Siula Punta(4830m), outro grande colo deste Huayhuash circuit, nova paragem para contemplação e seguiu-se uma longa e bela descida para a Laguna Carnicero onde reencontrei o guia com quem tinha estado a falar no dia anterior, foi ele que me tinha aconselhado, se estivesse em boa forma física claro, a não descer do Acampamento Carnicero ao Acampamento Huayhuash mas continuar a flanquear a montanha e ir directamente para a região da Laguna Barrosacocha, próxima do primeiro colo a 5000m, o Punta Trapeccio.
Fiz então o "percurso" que ele me aconselhou, não tem mariolas, entrei no vale do quase extinto glaciar de Huayhuash e apontei a Sul para um pequeno colo enquanto que o Acampamento Huayhuash ficava bem mais abaixo do meu lado esquerdo, para atingir esse colo tive de voltar a subir uns 150m e confesso que estava a ficar cansado, já levava 1000m de desnível neste dia, dobrado o colo apanho um susto daqueles, 2 cães que estavam a dormir atrás de uma pedra aparecem a ladrar na minha direcção, ao olhar para o chão não via pedras, a única coisa que havia era caca de vaca seca, foi o que agarrei, o simples facto de agarrar foi o suficiente para dissuadir os cães, um pouco mais à frente eis que vislumbro uma lagoa perto da Laguna Barrosacocha e ao lado de umas duas dezenas de tendas, era ali que ia acampar. Às 16h chegava ao acampamento que pensava que se chamava Trapecio mas esse fica bem mais próximo da montanha com o mesmo nome. O grupo que lá estava eram uns 30 ingleses e uma equipa de uns 12 peruanos, falei com o chefe e perguntei se podia acampar na zona, por uma questão de cortesia, claro que ele disse que sim.
Montei a minha tenda e ainda tive uma hora de Sol, enquanto tratava de ferver água o guia chefe veio ter comigo e tivemos ali uma boa meia hora na conversa, adorei estes momentos com os quechuas!! Perguntou-me donde vinha, achou interessante a rota que tinha acabado de fazer, porque nenhum turista o faz, e deu-me algumas dicas, muito preciosas, para os dias seguintes para eu continuar com o meu Huayhuash ainda mais especial.
Demorámos tanto tempo no paleio que quando acabamos a água estava fria, tive que voltar a ferver!
O sítio do Acampamento como podem ver nas fotografias é brutal e a montanha Trapecio(5653m) muito bonita desta perspectiva, entretanto terminava o dia, fui para a tenda tomar nota das indicações que o guia tinha partilhado, por volta das 20h voltei a sair e Uau!! O cenário estava giro para mais uns time-lapses e para mais umas exposições manuais, foi novamente até acabar baterias! E seria a noite em que iria dormir mais alto, a 4600m.
Que dia intenso, mais um!
Vamos aos registos!
Siula Grande e Yerupaja
Jirishanca à direita
Yerupaja
Siula Grande
Yerupaja
Jirishanca
bom dia!
laguna Carhuacocha
Jirishanca
Laguna Gangrajanca
Laguna Siulacocha
Siula Grande e Yerupaja
Siula Grande
Yerupaja
Laguna Carnicero
esta não é a Laguna Barrosacocha, não sei o nome
video do dia
Atenção : não se fiar unicamente no track GPS, andei kms fora de trilho, primeiro para ter uma perspectiva diferente da Laguna Gangrajanca e depois contornei a encosta sem descer ao Acampamento Huayhuash para ir dormir ao lado da Laguna Barrosacocha.
Estavam instaladas as emoções fortes em definitivo neste Huayhuash Circuit.
Neste terceiro dia assisti a um nascer do Sol incrível, o céu estava limpo e o cenário arrepiante, começava a perceber o porquê de estarmos a falar de um dos trekkings mais bonitos do mundo.
Tomei o belo pequeno almoço, arrumei a tralha e comecei a caminhar por volta das 7h30m, começo por descer ao nível da Laguna Carhuacocha, passo a linha de água principal, contorno a Laguna Carhuacocha a Sul e o trilho continua para Sul na extremidade Sudoeste do lago onde existe um controle para verificar se pagámos a comunidade anterior, aproximo-me das grandes montanhas e de vez em quando lá ouço o estalar do glaciar e vejo mais bocados de gelo a despenhar-se até às lagoas, impressionante, com uma frequência mais intensa que nos Alpes e estamos a falar de glaciares a 5500/6000m.
Pareceu-me ter visto um caminho que flanqueava a montanha um pouco mais alto que o trilho que seguia pela base do vale, apesar de mais difícil progressão ia ter vista para a bela Laguna Gangrajanca, e de facto assim foi, o glaciar vindo do enorme Yerupajá, segunda montanha mais alta do Perú, caía nessa lagoa, um pouco mais à frente tive de voltar a subir por causa de um deslizamento de terras e passada esta parte tive de descer rumo à segunda lagoa, a Laguna Siulacocha, porque não conseguia flanquear a montanha à mesma altitude.
O trilho contorna a Laguna Siulacocha a Este e empina encosta acima numa íngreme subida até aos 4550m, local designado Mirador das 3 Lagunas, o nome diz tudo, aqui é local de paragem obrigatória para contemplação do cenário majestoso e para reforçar energias.
Devo ter ficado por ali quase uma hora, a determinada altura éramos uns 10, 1 austríaco, 1 casal de alemães, 2 norte americanos, 1 espanhol, 1 índio, 1 casal de gauleses e um casal de checos.
Pausa snickers feita retomei a caminhada, em menos de uma hora passava no Siula Punta(4830m), outro grande colo deste Huayhuash circuit, nova paragem para contemplação e seguiu-se uma longa e bela descida para a Laguna Carnicero onde reencontrei o guia com quem tinha estado a falar no dia anterior, foi ele que me tinha aconselhado, se estivesse em boa forma física claro, a não descer do Acampamento Carnicero ao Acampamento Huayhuash mas continuar a flanquear a montanha e ir directamente para a região da Laguna Barrosacocha, próxima do primeiro colo a 5000m, o Punta Trapeccio.
Fiz então o "percurso" que ele me aconselhou, não tem mariolas, entrei no vale do quase extinto glaciar de Huayhuash e apontei a Sul para um pequeno colo enquanto que o Acampamento Huayhuash ficava bem mais abaixo do meu lado esquerdo, para atingir esse colo tive de voltar a subir uns 150m e confesso que estava a ficar cansado, já levava 1000m de desnível neste dia, dobrado o colo apanho um susto daqueles, 2 cães que estavam a dormir atrás de uma pedra aparecem a ladrar na minha direcção, ao olhar para o chão não via pedras, a única coisa que havia era caca de vaca seca, foi o que agarrei, o simples facto de agarrar foi o suficiente para dissuadir os cães, um pouco mais à frente eis que vislumbro uma lagoa perto da Laguna Barrosacocha e ao lado de umas duas dezenas de tendas, era ali que ia acampar. Às 16h chegava ao acampamento que pensava que se chamava Trapecio mas esse fica bem mais próximo da montanha com o mesmo nome. O grupo que lá estava eram uns 30 ingleses e uma equipa de uns 12 peruanos, falei com o chefe e perguntei se podia acampar na zona, por uma questão de cortesia, claro que ele disse que sim.
Montei a minha tenda e ainda tive uma hora de Sol, enquanto tratava de ferver água o guia chefe veio ter comigo e tivemos ali uma boa meia hora na conversa, adorei estes momentos com os quechuas!! Perguntou-me donde vinha, achou interessante a rota que tinha acabado de fazer, porque nenhum turista o faz, e deu-me algumas dicas, muito preciosas, para os dias seguintes para eu continuar com o meu Huayhuash ainda mais especial.
Demorámos tanto tempo no paleio que quando acabamos a água estava fria, tive que voltar a ferver!
O sítio do Acampamento como podem ver nas fotografias é brutal e a montanha Trapecio(5653m) muito bonita desta perspectiva, entretanto terminava o dia, fui para a tenda tomar nota das indicações que o guia tinha partilhado, por volta das 20h voltei a sair e Uau!! O cenário estava giro para mais uns time-lapses e para mais umas exposições manuais, foi novamente até acabar baterias! E seria a noite em que iria dormir mais alto, a 4600m.
Que dia intenso, mais um!
Vamos aos registos!
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